Ouvir é um processo tão natural para quem nasce escutando perfeitamente todos os sons que é até difícil imaginar uma realidade diferente. Porém, a deficiência auditiva não é algo distante. De acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este problema afeta cerca de 9,7 milhões de brasileiros. Esse número representa 5,1% da população do país e engloba quase 1 milhão de crianças e jovens de até 19 anos.
Entre os casos de deficiência auditiva há os níveis mais severos e profundos, nos quais os pacientes não conseguem ouvir nada ou escutam somente alguns ruídos, e os aparelhos auditivos comuns não são capazes de auxiliar. Assim, a alternativa e esperança de voltar ou ouvir pela primeira vez está no implante coclear, também conhecido como “ouvido biônico”.
O implante coclear é um dispositivo eletrônico implantado na orelha através de cirurgia, que possibilita a recuperação de parte da audição para quem tem surdez profunda. O procedimento funciona por meio da inserção de um dispositivo eletrônico na cóclea, uma parte do ouvido interno, que proporciona aos seus usuários uma sensação auditiva que se aproxima da fisiológica. Ou seja, é como se a audição tivesse uma sensibilidade natural como a de quem consegue escutar sem dificuldades.
Após a execução da técnica com a função de enviar informações sonoras ao nervo auditivo, o paciente precisa passar por reabilitação fonoaudiológica, pois em muitas situações, especialmente quando se trata de crianças, além de passar a ouvir sons ele também terá que aprender a falar.
Quando o implante coclear é necessário?
Se a pessoa não consegue ouvir nem mesmo com a ajuda de aparelhos auditivos comuns e possui uma perda auditiva causada por doenças genéticas ou infecciosas (rubéola e meningite), exposição exagerada a sons muito intensos, o processo natural do envelhecimento e outras causas, ela provavelmente precisa passar pela cirurgia de implante coclear para que sua audição seja devolvida.
Porém, o diagnóstico desta condição precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais como otorrinolaringologista e fonoaudiólogo, responsáveis pela avaliação por meio de exames como audiometria completa, audiometria com uso de AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual), Exame do Potencial Evocado Auditivo do Tronco Encefálico (BERA), emissões otoacústicas (teste da orelhinha), tomografia computadorizada e ressonância magnética.